terça-feira, maio 03, 2005

De casa ao metro

De casa ao metro nos passos apressado
passa-me o sono por cima e o chão por baixo.

Evito bater na gente,
evito olhá-los de frente.
Embacio dos olhos a nitidez
da miséria cinzenta que se junta
aos cantos da rua lamacenta.
Ali passei ontem e amanhã outra vez.

De casa ao metro nos passos apressado
vai a distância de um cigarro.

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