domingo, maio 08, 2005

Pride?


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A cidade encheu-se de mulheres altas, de cabelos de cores improvavéis, com mãos sapudas quando não peludas, ombros musculados e saltos agulha tamanho 43.
A cidade encheu-se de jovenzinhos de cristas e moicanos em variações indistinguíveis, calças de ganga justas no gancho escondendo a masculinidade rapada, ténis de sola rasa em cor garrida encontrada na jaqueta desportiva e sorrisos dentífricos, muitos, gratuitos e inconsequentes.
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Passaram-me 9 camiões à porta com elevado débito de decibéis. Passaram-me 5 smarts, 2 limousines e 26 bicicletas. Passou um carnaval de gente mascarada intencionalmente ou não.
Passaram bandeiras, cores e partidos. Passaram uns alegres, outros cansados.
Passaram no fim 7 carros de limpeza comunal a recolher os escolhos panfletários.
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Os peões desinformados aquiesceram e sorriram apontando aos filhos aquela ou acoloutra cara apalhaçada. A incompletude das matrafonas prestava-se a ser escarnecida.
Enquanto mordiscava a sandes de paio do conforto altaneiro da minha janela, pensei: Existirá um propósito comum nesta manifestação?
Vá-se lá entender estas coisas...

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