Com o passar da idade cada vez mais intolerante ao grande culto das massas dançantes me torno. Depois dos anos de oiro cá do estróina (estimados numa média de 11 no segundo e terceiro anos da faculdade), progressivamente o ambiente nocturno de alcool, cigarros e "gente gira" passou de fascinante a decrépito.
Lembro-me como se fosse um marco térreo dos anos de diversão. Quando à minha volta as drogas subiram para paradas mais altas eu afastei-me, afastei-me dos lugares e dos amigos. Aí dediquei-me a procurar eu próprio a música que gostava, o único elo que sentia perder sem as saídas. A noite continua a ser o meu mundo de fantasia e um refúgio do espírito.
Redescobri o prazer de sair de novo mas para sítios menores, menos mainstream, mais alternativos, onde a música é o centro e não a pertença a um qualquer "star-system" (whatever that is).
Assim pensando me encontrei na festa da GiGi no invicto Triplex. Uma festa de sons roubados aos anos 80 onde a batida retro-electro lhe é genuína.
Ouvir cantar em coro o refrão do "Paixão" com pronúncia do Norte é uma experiência inenarravél. saí qualquer coisa como:
Paixong, Paixooooooonnnnnng,
Num bais fugir de mim,
serás [com o erre enrolado no palato],
Paixooooooonnnnnng,
atéééé aooo fiiinnhheee.
Claro que tudo corria bem, as pessoas estavam divertidas e não diziam os habituais disparates, nem meneavam a cabeça numa tentativa parabólica de encontrar os fotógrafos. Ambiente relaxado... até às 3h30 da manhã quando encheu para lá da lotação.
De todos os erros de gestão que se podem cometer, o excesso de lotação é o pior. Um serviço pensado para 200 pessoas não tem a mesma logística de um para 400. Está claro que as pessoas começam a sentir-se apertadas, a tornar-se irascíveis e violentas. Depois de 40 minutos num bar a ser acotovelado e a observar a mesquinhez do cada-um-por-si para chegar à barra, desisti e saí.
Não percebo o que motivará a gerência a admitir uma situação de perda de qualidade simplesmente por não observar os limites de lotação. A música era boa, o espaço era engraçado, as pessoas eram simples e animadas mas os limites do civismo ultrapassam-se com grandes aglomerados que se sentem defraudados na qualidade oferecida.
Convenhamos que pagar 10€ de consumo mínimo obrigatório para não ter sequer uma bebida, é obra. Claro que ninguém se queixa e as inspecções de actividade comercial têm mais que fazer.
Isto é só mais um exemplo de como a indústria nocturna rapidamente se torna num poço de decrepitude. Estou contente com a minha decisão de evitar a toda a brida as "ruas principais".
...E ainda recriminam o "botellon"...
Lembro-me como se fosse um marco térreo dos anos de diversão. Quando à minha volta as drogas subiram para paradas mais altas eu afastei-me, afastei-me dos lugares e dos amigos. Aí dediquei-me a procurar eu próprio a música que gostava, o único elo que sentia perder sem as saídas. A noite continua a ser o meu mundo de fantasia e um refúgio do espírito.
Redescobri o prazer de sair de novo mas para sítios menores, menos mainstream, mais alternativos, onde a música é o centro e não a pertença a um qualquer "star-system" (whatever that is).
Assim pensando me encontrei na festa da GiGi no invicto Triplex. Uma festa de sons roubados aos anos 80 onde a batida retro-electro lhe é genuína.
Ouvir cantar em coro o refrão do "Paixão" com pronúncia do Norte é uma experiência inenarravél. saí qualquer coisa como:
Paixong, Paixooooooonnnnnng,
Num bais fugir de mim,
serás [com o erre enrolado no palato],
Paixooooooonnnnnng,
atéééé aooo fiiinnhheee.
Claro que tudo corria bem, as pessoas estavam divertidas e não diziam os habituais disparates, nem meneavam a cabeça numa tentativa parabólica de encontrar os fotógrafos. Ambiente relaxado... até às 3h30 da manhã quando encheu para lá da lotação.
De todos os erros de gestão que se podem cometer, o excesso de lotação é o pior. Um serviço pensado para 200 pessoas não tem a mesma logística de um para 400. Está claro que as pessoas começam a sentir-se apertadas, a tornar-se irascíveis e violentas. Depois de 40 minutos num bar a ser acotovelado e a observar a mesquinhez do cada-um-por-si para chegar à barra, desisti e saí.
Não percebo o que motivará a gerência a admitir uma situação de perda de qualidade simplesmente por não observar os limites de lotação. A música era boa, o espaço era engraçado, as pessoas eram simples e animadas mas os limites do civismo ultrapassam-se com grandes aglomerados que se sentem defraudados na qualidade oferecida.
Convenhamos que pagar 10€ de consumo mínimo obrigatório para não ter sequer uma bebida, é obra. Claro que ninguém se queixa e as inspecções de actividade comercial têm mais que fazer.
Isto é só mais um exemplo de como a indústria nocturna rapidamente se torna num poço de decrepitude. Estou contente com a minha decisão de evitar a toda a brida as "ruas principais".
...E ainda recriminam o "botellon"...
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