Poucas são as casas, embora modestas, que não tenham uma ou mais janelas.
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Quem tem varios aposentos, vai deixando ventilar uns, enquanto permanece nos outros.
O desmazêlo, o desleixo que se apoderam da mulher da classe operaria ou agricultora, depois que casa, são, sem duvida, uma das mais poderosas razões da sua infelicidade.
O tempo, que a maior parte délas consome na bisbilhotice com as visinhas ou a palrar de coisas sem interesse algum, aplicado a melhorar com o seu esforço as condições de vida e o conforto e comodidades da familia, produziria verdadeiros milagres.
A mulher do operario consciente deve receber o marido, á chegada do trabalho, com a fisionomia calma e sorridente, não havendo grave motivo a impedir-lho. Não o fazer participar das questões das visinhas – das quais não poucas veses se originam conflitos sangrentos – nem das suas arrelias com os filhos. Os pequenos deitados. Agua numa bacia para êle se lavar, sem necessidade de a pedir. Um casaco, embora remendado, mas limpo, para se libertar da poeira da rua, ou da oficina. Se tem animais domesticos, ja tratados e recolhidos. A ceia feita; os candieiros temperados e limpos. Na mesa uma toalha bem lavada. Umas flôres, mesmo numa jarrinha de barro, darão uma nota delicada de frescura e elegancia á mêsa mais desprovida de iguarias.
A comida, embora pobrissima, apetitosa.
Se o marido gosta de lêr, apenas acabar a ceia, deixá-lo á vontade, não o perturbar. Pedir-lhe até para lêr alto qualquer coisa que mais a interesse. Chamá-lo, por todos os modos á intimidade da vida de familia. Criar-lhe cada dia um gosto novo, por coisas saudaveis e dignas que o afastem dos maus companheiros, das sugestoes criminosas, da taberna e do jogo.
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