terça-feira, janeiro 18, 2005

Anita contra a parede


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A Anita é já cinquentenária e nem uma ruga lhe assombra os múltiplos périplos por que passou.
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Agora feita mural, este produto belga é a última coqueluche da arte urbana de Bruxelas. A Bélgica, como valoriza a nona arte que tantos artistas lhe pôs no berço, presta homenagem aos desenhadores e às personagens com murais nas laterais dos edifícios, como coisa própria e tão genuinamente sua quanto um gofre (waffle, gaufre...) .
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Mas voltando à Anita (Martine na língua de Richelieu), o mais que tudo das meninas e bem de alguns meninos, não há vergonha nenhuma em admiti-lo numa sociedade tão plural e tolerante (?). Sempre me intrigou a sua inocência deslavada e a nunca explicada relação com o Pantufa (Patapouf), uma espécie de Sancho Pança mas com mais pelo. Em cinquenta anos esta tipa já fez de tudo: desde férias na quinta, a visitas ao zoo, à praia, viagens de barco, de balão... arriscaria mesmo a dizer que é mais viajada que o próprio Mário Soares. No entanto, fica bem melhor em fato de banho. Aliás, as suas roupinhas anódinas terão inspirado muitos instintos de Lolita em pessoas de bigode farto e dentes amarelos que deixam baba nos cantos da boca ao ler o Anita aprende a nadar.
Esta moçoila foi inspiração para já 4 ou 5 gerações de mulheres que descobrem através da leitura os segredos mais doméstico-insidiosos logo desde tenra idade ao assisitir à Anita a passear-se da cozinha para a maternidade. Mas hoje em dia não se pode já contar com o machismo repressor e a Anita moderna faz vela e baby-sitting sendo muito provavelmente bem paga para isso. Talvez num futuro próximo vejamos mesmo a Anita gestora de empresas, Anita vai ao Banco de Ford Focus ou mesmo Anita engata na Kapital.
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A imortal heroína de Marcel Marlier está de meia idade e passou directamente à menopausa sem nunca ter menarca. Alguem se lembra de algum Anita mete o penso, Anita vai ao ginecologista ver da gonorreia ou mesmo um educativo Anita lava-se por baixo?
Pode-se encontrar o fresco da dita em Laeken, Avenue de la Reine junto aos caminhos de ferro que foi inaugurado na presença de Sr. Gilbert Delahaye, o autor dos intrincados enredos.

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Esta gaja já cá anda há tanto tempo que é caso para fazer um novo livro: Anita InoxidávelPosted by Hello

3 comentários:

Anónimo disse...

Queres cagar na anita e no seu impacto no mundo pos-moderno e dedicares esse cerebro profícuo a escreveres-me? Pedi te o nib, cadê? Beijos de uma vadia louca de saudades!

Anónimo disse...

o meu passe ta meio parado...
mas os teus post's estao demais...
LOL

farto me de rir :D

ABRAÇO

http://www.livejournal.com/users/omeupassesocial/

Anónimo disse...

menarca... mas ainda há quem use esta palavra? ;p

 
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