quinta-feira, julho 26, 2007

corner stone


Fica ali numa esquina do Amoreiras e aposto que a Albuquerque não lhe foi indiferente.
Estas são tratadas em pedras coloridas enfiadas em nylon ou arame. Por vezes fazem concessões à flanela e ao prensado textil. Pouco a pouco fazem uma casa e fidelizam clientela.
Como dizia o elefante: são cá paneleirices!

stone by stone

So they say:
A identidade «Portugal 2007» revela um olhar português na representação visual da Presidência da União Europeia. A "Flor azul" constitui um símbolo de contemporaneidade portuguesa: modernidade, harmonia, mar, transparência e abertura ao futuro.
As pétalas, agregadas livremente numa disposição concêntrica, assinalam o contributo singular de cada Estado Membro numa missão conjunta de construção europeia.
A possibilidade do símbolo adoptar a combinação de cores de cada bandeira, confere à Presidência Portuguesa uma imagem construtiva, de abertura e cooperação com todos os Estados Membros da União Europeia.

domingo, julho 15, 2007

Atavio + Atitude = Aparato

quarta-feira, junho 27, 2007

segunda-feira, junho 18, 2007

forças do bem

Fundão

this is not yugoslavia

Lisboa

Não sei se é o antes e o depois...

É uma terra natal de partida para uma de chegada. Que Portugal é um imbroglio disso ninguem tem dúvida. Temos a nossa maneira de nos passearmos no novelo.
Lamentamos o incómodo.

quinta-feira, maio 17, 2007

porque está na ordem do dia...


...diga não à Porcelanofilia.

segunda-feira, abril 23, 2007

quarta-feira, abril 18, 2007

Deve-se Tomar

Tomar 2007

Uma montra com latas de atum e a evocação dos benefícios de uma colher de óleo de fígado de bacalhau todas as manhãs. Eu era mais rapaz de levedura de cerveja. Ainda hoje...

domingo, abril 01, 2007

domingo, março 18, 2007

portvgalia xxi



Lembro-me de haver só uma Portugália. Era uma marisqueirazeca na Guerra Junqueiro onde havia uns fulanos já velhos ao balcão a trincar tremoços e a alagar o estômago com cerveja. Iamos lá pelos bifes. Eram muito melhores que os da Trindade. O molho era adocicado e o bife era batido com martelo de aço.

Depois veio a era do franchising. De cervejaria a cervejeira. O nome viriatizou-se. Ganhou outros anglicismos do jargão da gestão de empresas como branding e merchandizing.
Nisto o que mais me irritou foi um pormenor. Irritou-me mais que a formula industrializada do novo molho. O que no princípio me pareceu um desleixe tornou-se rotina. A boiar na cerâmica instituiram-se duas batatas fritas em palito. Como ousaram? Conspurcar-me o prato sistematicamente é demais. As batatas são à parte e com mostarda. O pão é que vai no molho.

Outro dia esclareceu-se:
- Olhe desculpe havia um vazia bem passado?
- Já o trouxe, não era para si?
- Trouxe mas não percebi que fosse o bem passado, dei-o à minha filha...
- Não tinha 3 batatas fritas em cima? É esse o bem passado.

quinta-feira, março 08, 2007

sexta-feira, março 02, 2007

estilo nin


Debatiam dois melómanos amigos de copos e saídas à noite com indisfarçável mordacidade, sob o olhar atento do espectro radarialista de Inês Menezes.
- Isto não é o Trent Reznor?
- Não sei...
- Isto não é Nine Inch Nails?
- Eu percebi... e continuo sem saber.
Três acordes e um refrão passados, reconhecendo finalmente a música ao fundo da remistura.
- Olha é mesmo!
- Que raio de misturada.
- Por este andar ainda vamos ouvir Tool hoje.
- Ou uma de A Perfect Circle...
- Sim, em remix do Tiga.
Duas franzidelas de olho depois.
- A música está esquisita hoje.
- O DJ está muito... Olha estou sem saber o que dizer.
- Está... er... eclético.
- Eclético?
- Sim, com tudo de bom e de mau que isso possa trazer.

Uns dias mais tarde, um deles, numa entrevista de rua.
- O que pensa do estilo de governação de Sócrates?
- Sei lá eu... Eclético?

vagamente baseado numa conversa real
obrigado gonçalo

domingo, fevereiro 25, 2007

It takes two to tango but
it takes one to fandango

bom português

- Não estás bem a ver a minha prima. 'Tá um mulherão.
- Não me digas. 'Tiveste com ela?
- 'Tive pois... se estive.
- E sempre é verdade o que dizem, chaval? Que quanto mais prima... mais se lhe rima?
- Rima? Com ela não era rima, era prosa!

baseado em factos reais

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

o obelisco


Repare-se na imponência deste touro sentado, deste toro anafado. Surge das entranhas da terra (ou similar) do dia para a noite e ali estático se assume como a figura maior, se não de todo o parque, pelo menos da avenida.
Se o Eduardo VII tem o seu próprio Cutileiro (apropriação que passou a designar tudo quanto seja fálico e em mármore rosa) porque não há-de o Das Nações ter uma grande ode ao esterco?

Espero que assim o Grande Lago de Lama (formerly known as Marina) tenha a sua existência ensombrada.

domingo, fevereiro 04, 2007

as pessoas deviam vir com manual de instruções livro de reclamações

domingo, janeiro 28, 2007

pelo nao pelo sim...


Há palavras terríveis pelo abalo que nos causa a sua carga emocional. Mas o que é verdade para uns, não é para outros. Tomemos a palavra: aborto. Associo imediatamente ao brasileiro: brotinho (Brasil, pop., rapariga ou rapaz entre os 14 e os 18 anos; dim. de broto) que até tem qualquer coisa de carinhoso. Como uma flôr que brota, que desabrocha. Seria como chamarmos a estes seres na primavera da sua sexualidade: desabrochinhos.

Quem disse que a palavra aborto devia ser abolida em detrimento de interrupção voluntária de gravidez teve a maior ideia de jerico. Não se pode condenar uma palavra ao oblívio. E a fazê-lo, antes teria de vir sovaco.
Imagine-se agora os puristas de bolso da língua portuguesa, aqueles que corrigem as legendas dos filmes, que não perdoam um pontapé na gramática, na sua prática diária:
"Olha, olha, a missão daquele grupo de fuzileiros teve a gravidez voluntariamente interrompida pelo seu superior imediato."
Ou "A contagem decrescente foi voluntariamente interrompida na sua gravidez por se ter detectado um erro no protocolo de lançamento do foguetão"

Ao que parece aborto voluntário designa a interrupção de uma tarefa que não pode ser levada a bom termo. Quando se prevê que vá correr mal e se pode prevenir o total fracasso, aborta-se para poupar recursos.

Ainda há quem conteste que poderia ser utilizada na sua abreviatura: IVG. Convenhamos que as iniciais por "I" já nos trazem dissabores suficientes. Não é assim que se convencem os portugueses sobretudo os que já fazem um sururu por pagarem IRS, IMI, IVA, ICV...
No meio dos fundamentalismos liofilizados não se pode cair no erro clássico de tomar a parte pelo todo. Abortos há muitos e alguns até são expontâneos.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

pelo sim pelo não...



Não há nada melhor que a frase que me ricocheteia nas meninges:
"...porque às 10 semanas já bate um coração!..."

Gosto especialmente porque:
  1. o que nos distingue dos animais é o facto de sermos racionais. Foi assim que ainda miúdo aprendi na escola a distinguir um Homo sapiens sapiens. Se calhar dever-se-ia pedir prova das sinapses próprias de uma intelegência abstractiva. O único problema em explicar tudo isto é que obrigaria às letras a ficarem muito pequeninas por muito grande que fosse o cartaz preto.
  2. me apetece responder com a pergunta, "o que se considera um coração? ". Pronto, sendo o mais adolescente e irritante que posso: O dos répteis com apenas duas cavidades pode ser considerado? Serão mais vivas as aves que árvores?
  3. o bater do coração é poeticamente o amor *suspiro*. Já dizia Pessoa que o Quinto Império viria a ser nosso outra vez. Só não imaginei que o lirismo nos desse para isto.
  4. a direita que traz esta frase na boca é a mesma que não condena touradas.
  5. os corações são uma óptima arma de arremesso mas também a evitar sobretudo quando se joga copas online.
Não me interpretem mal. O argumento é sofrível mas encanta-me dentro da perspectiva "bugalhos" que falei antes.

(Espero que o post não seja vítima de um qualquer tótó fanático a rebater-me ponto por ponto)

segunda-feira, janeiro 08, 2007

todos a borto!



Nada pior do que discutir alhos atirando-se uns bugalhos para o ar.


Hoje imaginei-me sendo uma grávida numa maca às portas de um bloco operatório para fazer um aborto. Depois de consideradas todas as opções seria a última hipótese de mudança que me restava. Ainda assim tinha um pesar latente na cabeça oscilante entre o (a) isto é para outra fase da minha vida, agora não poderei dar a felicidade que intento, só vou estragar a minha e a vida do que aí vem; e o (b) eu devia era ter esta criança porque Deus Nosso Senhor providenciará e enquanto eu tiver bracinhos para trabalhar há-de haver comida na mesa para todos.

Vêm as senhoras do barco do arco-íris (vindo da holanda tem de ser sempre fruta-cores) e dizem-me ali de perna escancarada: "Vai miúda, tu és senhora da tua vida e tens todo o direito de decidir o que é melhor. Azares acontecem e não vale a pena trazeres para aqui alguém que não vai ser querido e amado como tu queres. Ter filhos é boa onda mas só quando forem planeados."

E aí vou eu. Abram-se as portas do bloco, empurrem-me a maca para dentro!


Param-me a maca umas senhoras muito descontraídas que também aparecem em revistas. Levantam a sobrancelha e dizem: "Onde é que vais miúda?! Ja pensaste bem no que vais fazer? Vais matar o que pode ser o próximo Enstein. Ok, mesmo que seja um Castelo-Branco não lhe irias negar o teu amor. Toda a gente consegue educar uma criança surpresa. Olha a tua volta. Se não tivessemos andado para a frente com tantos indesejados ainda estávamos à espera de D. Sebastião."... "e depois, às 10 semanas já há um coração a bater!!"


Eu mesmo estando de 7 semanas achei tal o impacto que gritei para fecharem as portas do bloco e meterem a maca em marcha à ré.


Agora fiquei com 2 grupos de senhoras a ajudarem-me a formular a moral para abortar ou não. Cada um empurrando a maca num sentido oposto e eu ali de perna aberta.


Já no banho o sonho não me saía da cabeça. Até que com uma borracha psíquica esborratei tudo. Que me interessa isto? Só se for do ponto de vista de discussão filosófico-académica de tertúlia de fim-de-semana.

O referendo que vem aí é sobre se a mulher da maca que já saiu do bloco com aborto feito deve ou não ser acusada de um crime. Estes são os alhos, o resto são bugalhos...
 
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